História da Cidade

por Interlegis — última modificação 10/12/2015 16h56

História da Cidade

por Interlegis — última modificação 18/04/2016 16h15

A zona banhada pelo rio Xopotó era habitada pelas tribos indígenas Croatás e Puris, de origem tupi. Difícil é saber-se qual o primeiro explorador ou os primeiros aventureiros que se penetraram nos sertões do Xopotó.

Pode-se  afirmar  que  o  fundador  de  S.  José  do  Xopotó,  quando  fixou  residência  na  sesmaria que lhe foi doada, encontrou como moradores da região: Joaquim Pereira de Sá, Antônio Pereira da Rocha, José da Rocha e Souza e Manoel Gomes Campos, este o contratador da mineração, da qual o fundador de São José do Xopotó, José Alves Maciel, foi nomeado caixa.

Em  1698  estavas  a  Itaverava  descoberta.  Em  1704,  João  Siqueira  Affonso  descobre  as  minas do Guarapiranga, onde é a região da atual cidade de Piranga. Partem destes dois pontos e nos limites destas duas datas os primeiros exploradores dos vales do Xopotó. Os bandeirantes do Itaverava, em conquista à região do Xopotó, dividiam-se em grupos, para novamente se reunirem em certo e determinado ponto, onde esperavam uns pelos outros e este local ficou conhecido pelo nome de Espera (distrito de Nossa Senhora da Piedade da Boa Esperança, hoje rio Espera.

Além da padroeira, tinham ainda estes bandeirantes, como patrono, o Senhor Bom Jesus da Paciência.

O alferes Francisco Soares Maciel, chefiando uma bandeira, desce o rio Espera e, na barra deste com o Xopotó, a 7 de agosto de 1711, dia de S. Caetano, lança as bases do arraial de S. Caetano do Xopotó, celebrando a primeira missão capelão da comitiva, Padre Cabrita (chamava-se João Martins Cabrita, mais tarde cônego doutoral da Sé de Mariana, lugar que renunciou pela Vigária Colada de Guarapiranga). E, assim, foram conquistadores e exploradores se estabelecendo na zona banhada pelo Xopotó. Logo depois Antônio Rodrigues descobre as terras denominadas Embrejaúbas, assim chamadas por serem regadas pelo rio do mesmo nome, afluente do Xopotó.

Em 1759 estabeleceram-se nas margens do Xopotó, bem perto da atual cidade Alto Rio Doce, José Alves Maciel e sua mulher, D. Vicência Maria de Oliveira.

Chama-se o local da residência de Maciel, “Xopotó Acima”, segundo a procuração que  lhe foi passada por sua mulher, com poderes para fazer doação de bens à capela de São José, mandato assinado pela doadora, o que é notável para a época. Mais tarde, a fazenda de Maciel passou a denominar-se “Fundão” e depois de construída a capela foi chamada “Sítio de São José”. Posteriormente passou a denominar-se “Contrato”, nome que ainda hoje conserva, e assim ficou conhecida pelo fato de ter a fazenda, em 5 de março de 1792, passado à propriedade do Tenente-coronel José Ferreira Marques, contratador das estradas no caminho novo das Minas Gerais. É, pois, a fazenda do Contrato o berço da atual cidade de Alto do Rio Doce.

Residia, pois, o fundador de S. José do Xopotó nas proximidades do rio do mesmo nome. Sua casa devia ser mais ou menos no lugar atualmente conhecido pelo nome de Barra. Ali se encontram ainda vestígios da primeira ponte sobre o Xopotó e da estrada que se dirigia para Mercês e Pomba.

Em 19 de março, estando a diocese de Mariana em sede vacante e governada pelo Vigário Capitular Dr. Alexandre Nunes Cardoso, reinando José e dirigindo os destinos da Capitania o General Luiz Diogo Lobo da Silva, exercendo as funções de Vigário da Freguesia o Dr. Amaro Gomes de Oliveira, nas terras de sua propriedade, José Alves Maciel, já alferes, e sua mulher, D.

Vicência Maria de Oliveira, fundam no alto de um morro que denominam “seco”, uma modesta capela consagrada a S. José e por escrita particular fazem-lhe doação de terras para seu patrimônio.

Data de 1820 o desenvolvimento da povoação. Resolveram os moradores construir nova capela, e o fizeram no local em que está hoje edificada a matriz, porém, com a porta voltada para os lados do nascente.

Em 14 de agosto de 1927, no local da primeira capela, foi pelo Padre Agostinho Resende de Assunção celebrada uma missa campal e solenemente inaugurado um marco de pedra, lendo-se em mármore a inscrição seguinte “Neste local, em 19 de março de 1764, os doadores do patrimônio de São José do Xopotó, Alferes José Alves Maciel e sua mulher D. Vicência Maria de Oliveira, erigiram a primeira capela origem da atual cidade de Alto Rio Doce”.

O alferes José Alves Maciel era natural da cidade de Porto, Portugal, conforme se verifica nos livros de assentos de batismo da capela de São José, sendo um deles o de número um, às folhas 8 e verso, no assento referente à Eufrazia; filha legítima de José Inácio de Souza e Maria Joaquina Alves de Jesus.

Possuía o alferes José Alves Maciel nome idêntico ao do Capitão mor José Maciel, pai do inconfidente mineiro Dr. José Alves Maciel; não podemos afirmar se eram parentes colaterais. O fundador de S. José do Xopotó alienou suas propriedades justamente no ano em que os bens dos inconfidentes eram confiscados. A sua Posição de caixa de contrato de mineração fatalmente o fez ter relações com Tiradentes, pois este freqüentava muito aquela zona e perto, no arraial do Desterro do Melo, teve casa própria há pouco demolida pelos herdeiros de Francisco Dias Ferraz.

No período imperial teve São José do Xopotó a sua primeira escola pública, criada pela Lei nº 28, de junho de 1831. Pelo Decreto nº26, de 7 de março de 1890, assinado pelo Dr. João Pinheiro da Silva, foi instituído o município de São José do Xopotó e a sede elevada a vila, com o nome de Alto Rio Doce.

Formação Administrativa

Freguesia com a denominação de São José do Chapetó, pelo decreto de 14-07-1832 e pela lei estadual nº 2, de 14-09-1891. Elevado à categoria de vila com a denominação de Alto Rio Doce, pelo decreto estadual nº 26, de 07-03-1890, desmembrado de Piranga. Sede na antiga povoação de São José do Chapecó.
Na ocasião, figurava com os distritos de Alto Rio Doce (Sede), São Caetano do Xopotó e Dores do Turvo. Atualmente, compõem-no os de: Alto Rio Doce ( Sede), Abreus, Missionários e Vitorinos.

Elevado à condição de cidade com a denominação de Ato Rio Doce, pela lei estadual nº 23, de 25-05-1892. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 distritos: Alto do Rio Doce, Dores do Turvo e São Caetano do Chorotó. Assim permanecendo nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920. Pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, Alto do Rio Doce, adquiriu do município de Barbacena o distrito de São Domingos de Monte Alegre.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 4 distritos: Alto Rio Doce, Dores do Turvo, São Caetano do Chorotó e São Domingos do Monte Alegre.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937. Pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17-12-1938, é criado o distrito de Abreus e anexado ao município de Alto Rio Doce. Sob a mesma lei supracitada desmembra do município de Alto Rio Doce o distrito de Dores do Turvo, para formar o novo município de Senador Firmino (exConceição de Turvo). E, ainda o distrito de São Caetano do Chorotó passou a chamar-se Cipotânea e São Domingo de Monte Alegre tomou a denominação de São Domingos. No quadro fixado para vigorarno período de 1939-1943, o município é constituído de 4 distritos: Alto do Rio Doce, Abreus, Cipotânea (ex-São Caetano Chopotó) e são Domingos (exSão Domingos do Monte Alegre).

Pelo decreto-lei estadual nº1058, de 31-12-1943, o distrito de São Domingos passou a chamar-se Missionário. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 4 distritos: Alto do Rio Doce, Abreus, Cipotânea e Missionários (ex-São Domingos).

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1950. Pela lei estadual nº 1039, de 12-12-1953, desmembra do município de Alto Rio Doce o distrito de Cipotânea. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada I-VII-1955, o município é constituído de 3 distritos: Alto do Rio Doce, Abreus e  Missionários. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960. Pela lei estadual nº 2764, de 30-12-1962, é criado o distrito de Vitorinos e anexado ao município do Alto Rio Doce.

Em divisão territorial datada de31-XII-1963, o município é constituído de 4 distritos:

Alto Rio Doce, Abreus, Missionários e Vitorinos. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. Alteração toponímica distrital São José do Xopotó para Alto Rio Doce, alterado pelo decreto estadual nº 26, de 07-03-1890.

 

Fontes:
1. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXIV ano 1958.

2. Biblioteca IBGE

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